POLINIZAÇÃO DE ORQUÍDEAS
ACIMA: Angraecum infundibulare, espécie filipina cujas flores exalam forte perfume à noite para atrair mariposas. Planta cultivada no Jardim Botânico do Rio de Janeiro, fotografia de M. A. P. Accardo Filho.
Pela sua estrutura reprodutiva, as orquídeas obrigatoriamente necessitam do auxílio de animais para o transporte de pólen ao órgão feminino de suas flores, uma vez que a massa polínica é pesada demais para ser levada pelo vento e a parte receptiva do órgão feminino não é exposta o suficiente para recebê-la.
Assim, as orquídeas selecionaram as estratégias mais fascinantes para promover a polinização. As flores podem possuir cores e aromas que atraem a atenção de polinizadores diversos, como abelhas, borboletas, mariposas diurnas e noturnas, morcegos, besouros e beija-flores. Sua forma e tamanho também correspondem ao tipo de polinizador.
Algumas flores podem assumir formas extremas. Orquídeas do gênero europeu Ophrys, por exemplo, apresentam a cor e a forma do labelo, ornado por cerdas, de maneira tal que se assemelham a fêmeas de uma certa espécie de abelhas.
De forma que o macho, atraído pelo feromônio produzido pela própria flor e pela sua forma, copula com esta por engano, levando consigo as polínias, que depositará na próxima flor que visitar.
Outras, como o gênero Angraecum das Filipinas, com flores noturnas, produzem néctar em tubos extremamente longos na base dos labelos, de modo que somente certas mariposas noturnas com probóscides igualmente longas, podem alcançá-lo. Ao posicionar-se diante das flores, as mariposas esbarram sua cabeça nas anteras, fazendo com que as polínias sejam atiradas e presas em si.
Algumas orquídeas, ainda, não produzem néctar, mas perfume.
Algumas abelhas visitam as flores para recolher este perfume, que acredita-se ser usado por elas para a síntese de feromônios.
Existem, entretento, inúmeros exemplos de estratégias de polinização entre as orquídeas.
|